Cada ser humano é único, com reações biológicas e emocionais particulares, portanto cada mulher é única e sua gravidez também será.

Há casos que tudo ocorre como esperado e sonhado:

 

  1. Pré-Natal, sem intercorrências, com exames da mãe e do feto em crescimento normais;
  2. Alimentação e ganho de peso da mãe dentro dos parâmetros para que não origine nenhum mal a ela e ao bebê;
  3. Nutrição eficiente do bebê;
  4. Companheirismo do pai;

 

Infelizmente também existem problemas:

 

  1. Com a saúde da mãe;
  2. Com o desenvolvimento do bebê;
  3. Relacionamento do casal;
  4. Planejamento;
  5. Falta de acesso ao suporte em saúde, exames e acompanhamento médico.

 

Lembre-se imprevistos acontecem, existem vários fatores, alguns totalmente controlados, outros parcialmente controláveis e os que não temos qualquer tipo de governança. Apesar de ser um período carregado de diversas  emoções, é importante ser racional.

 

O relacionamento do casal.

 

 

Aprenda futuro papai, a prioridade nessas 40 semanas é da mamãe. Ela vai viver mudanças físicas, hormonais e psicológicas, e é nesse momento que começa a nossa principal função nesse período, o de dar Apoio e Tranquilidade.

“Mas ela esta completamente diferente, agressiva, impaciente, chorosa e nem me quer por perto”.

Uma frase comum entre os futuros pais, e é nessa hora que o racional se torna importante:

 

  1. Ela estava assim antes de engravidar?
  2. Estávamos com dificuldade em nosso casamento?
  3. Esta assim apenas comigo ou também com outras pessoas?

 

Dependendo das resposta você identificará se é algo passageiro e provavelmente devido a gravidez e toda alteração hormonal que pode ocorrer. Tenha certeza que a futura mãe também não esta feliz com essas atitudes.

Em alguns casos será necessário um acompanhamento psicológico, porque essa situação pode perdurar até após o parto e originar uma Depressão pós parto.

Importante e cuidado, filhos não salvam relacionamento, eles não são mágicos, afrodisíacos, terapeuta de casal ou uma nova viagem de lua de mel. Se o relacionamento não estava bom, não é engravidando que vai melhorar e tem grandes chances de o que era uma esperança se tornar mais um problema.

Não é que o filho seja o problema, mas sim o casal. Então se por acaso estiverem passando por dificuldades no relacionamento, aconselho conversarem, analisarem ou procurarem alguma ajuda, e após resolvido o problema, aí sim pensar na gravidez e ter foco no que é importante.

Ainda no assunto relacionamento, há interferência também de outras pessoas da família e estas, também estão passando por um processo de transformação, mas essa rede de ajuda ou não, vamos discutir em outro momento.

 

Futuros gastos com mais um membro na família.

Outro fator crítico, mas importante de lembrar, são os futuros gastos com o filho, lembrem-se, antes era um orçamento para duas pessoas viverem, agora será para três, as vezes quatro pessoas, não vamos esquecer das gestações múltiplas: gêmeos, trigêmeos, e por ai vai.

 

  1. Alimentação;
  2. Acompanhamento com pediatra;
  3. Vacinas;
  4. Higiene: fralda, algodão, pomada para assadura etc.

 

Os dois trabalham? Qual o regime de trabalho? Quanto tempo ficarão afastados do trabalho?

É importante conversas e se prepararem para todas essas mudanças.

Porém há fatores desse processo que temos apenas controle parcial, sobre o que acontece.

 

Saúde: imprevistos acontecem.

 

Tudo relacionado a saúde podemos controlar parcialmente, infelizmente nesse assunto imprevistos acontecem.

Pode ser algum problema com a saúde da mãe, do filho ou também do pai, é importante que o casal se preocupe com a alimentação, atividade física e acompanhamento médico.

Mas como eu falei, não temos total controle e imprevistos acontecem. E vou exemplificar com o que aconteceu aqui em casa na primeira gravidez.

 

Como foi em casa.

 

A gravidez estava tranquila, evoluções normais da criança e da minha esposa, alimentação controlada, atividades diárias e acompanhamento de pré-natal mensais.

Tudo indicando uma gestação para parto normal, que era um grande desejo da Ju.

Há um certo momento na gravidez que o bebê faz o que antigamente chamavam de “dar o tombo”, ou seja, virar de cabeça para baixo para encaixar na posição do parto, mas o Otávio resolveu ficar na dele, sentado, bem confortável.

Ficamos preocupados, mas esse encaixe poderia ocorrer com o passar das semanas e realmente aconteceu na 30ª semana, mas não foi um simples “tombo”, foi um verdadeiro triplo twisty carpado, que simplesmente estimulou o trabalho de parto.

A Ju sentiu algo como se fosse uma contração, mas nada intenso, estava no trabalho, porém no meio da tarde houve um sangramento e ela me ligou chorando, sem me contar nada, mas pedindo que a fosse buscar.

Quando cheguei lá ela me contou o que havia acontecido, a ginecologista que acompanhava o Pré-Natal estava de férias e ligamos para um dos médico que ela tinha deixado pra ajudar caso acontecesse algo, parece brincadeira, devia estar adivinhando que algo aconteceria.

Fomos a um hospital próximo de casa, mas que não era nenhuma das nossas opções para o nascimento do bebê, foram feitos exames e como estava tudo bem, passaram remédio para dor e orientaram voltar para casa e repousar.

Então fomos dormir e no meio da noite vieram mais contrações e a preocupação, minha adorável esposa, com muita tranquilidade falou:

– Acho melhor fazer uma mala, pegar todos os exames.

 

 

Ela falou assim mesmo, calma, lógico que ela estava preocupada e lógico que eu entrei em desespero, mas tentei disfarçar o máximo possível.

Quando terminei o kit básico, afinal aquela mala com enxoval todo organizado, ainda não estava pronta, faltavam 2 meses ainda na conta normal pro bebê nascer. Ela novamente muito calma falou:

–  Agora acho melhor a gente ir pra maternidade.

Oi é isso mesmo? Será que nosso bebê vai nascer prematuro de 30 semanas?

 

No hospital.

 

Fomos para o hospital, demos entrada na emergência obstétrica, a Ju foi avaliada por uma enfermeira especializada, que concluiu o que tínhamos receio, estava mesmo em  trabalho de parto prematuro.

Pensa no frio na barriga, pois é, parecia o Polo Norte no estômago. Mas a  médica dela esta viajando ? E tudo que planejamos para este momento? Não era a hora. Então ligamos para outro médico da equipe da ginecologista da Ju, que também foi professor dela na faculdade e prontamente ele veio nos “socorrer”.

Começaram a usar uma medicação para inibir o parto, ela ficou internada recebendo o medicamento e sendo monitorizada, as contrações pararam, ficamos 2 dias internados, pra ter certeza que tudo ficou bem, lembrem-se papais, apoio e companheirismo.

Finalmente teve alta, mas com indicação de repouso absoluto primeiro, e depois de alguns dias repouso relativo, ou seja, poderia fazer algumas atividades, mas a intensidade teria que diminuir, poderia trabalhar, mas não dirigir, lembram da rede de ajuda? Então, teve marido motorista, vovó motorista, afastamento dos plantões e de atividade física.

O objetivo agora era manter o bebê no lugar dele até a data certa. Ficamos mais unidos e contamos com a ajuda da família.

Nessas últimas 10 semanas fiquei mais ansioso e preocupado, não queria que nada de mal acontecesse com a Ju, escolhi a comida como válvula de escape, era errado, mas a cabeça não conseguia controlar e também perigoso, porque a saúde do pai também é importante.

O final dessas 40 semanas eu conto em outra história. Ah, a nossa ginecologista pode acompanhar todo o restante da gestação e o parto.

 

 

E o que gostaria de deixar para vocês é:

 

  1. União, procurem manter a união, momentos difíceis podem acontecer;
  2. Companheirismo, é necessário estar presente, acompanhar de perto;
  3. Apoio;
  4. Maior racionalidade possível, as emoções podem atrapalhar suas decisões.

 

Indicações de Leitura.

  1. Bebê a bordo – guia para curtir a gravidez a dois.
  2. Nós estamos grávidos.
  3. 40 semanas: um diário de gravidez. 

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